quinta-feira, agosto 30, 2007

Momentos


pintura de Arthur Rackham

Entre o mar e a relva onde me sento
habita um fluir em sussurros verdes
pela rama do parque que guarda e entende;
bifurcada, desliza uma estrada no vórtice do tempo
e, do sentido adverso, em razão suspensa

Quantas vezes pelo silêncio me chegam
nas pontas das folhas ao sopro do vento
amenas melodias
breves excertos de vidas
indizíveis e cálidos momentos

A todos enlaço na vereda dos fonemas
leve, tão leve que o avivar surpreende
o mistério da estrada em cores desperta
que a Natureza me estende
pelas raízes singelas
da infinitude da mente

Em voo suave, um doce sorriso plana
entre ti de mim ausentes
na musical perenidade da palavra


Poema in "Transparência de Ser"

16 comentários:

Eremit@ disse...

belo e profundo sentir por aqui perpassa numa mansidão calmante.
fraterno abraço

Peter disse...

Não sei comentar poesia, gosto ou não gosto. Apenas isso. Gostei dos três últimos versos e da música suave.

Isamar disse...

Encontrei-te noutros blogues e vim conhecer-te. Gostei. Gostei muito. Do poema, da imagem que o acompanha, dos sentimentos que por aqui perpassam. Voltarei com todo o gosto até porque a poesia integra o oxigénio que respiro.
Bom fim de semana.

Beijinhos

Um Certo Olhar disse...

Ontem e hoje, o poema, o poeta e a poesia s�o eternos e intemporais.
Beijinhos

Nilson Barcelli disse...

Belos momentos, como sempre.
Escreves tão bem que já não tenho como adjectivar o que leio teu sem me repetir.
Digo-te só: obrigado pelo prazer da leitura que nos proporcionas.
Acho que não me repeti...
Bfds. Beijinhos.

Anónimo disse...

"Momentos estes sentados em correntes que deslizam invisíveis, e o sentir aparece com vozes de silêncio"!

Já não me surpreendes Amita... encantas-me, só isso!

Beijinhos grandes...

António Melenas disse...

Querida Amita, quanto tenho perdido por andar afastado destas tuas doces veredas de fonemas (e lexemas, porventura)! Infelizmente também de outras veredas me tenho ausentado, que a saúde e disposição para viajar na net não têm ajudado.
Um grande beijinho para ti

Sahmany - Sandra Mara disse...

Tuas palavras tem o poder de me deixar com o coração aquecido.
É muito bom vir aqui.
Abraço pra vc.

Lúcia Laborda disse...

Lindo, suave como a brisa!
Que sua semana seja de grandes realizações!
Beijos

Maria Carvalhosa disse...

Escreves tão bem, Amita! Mas tu sabes disso... eu é que não me canso de te ler e de o repetir. Poesia é o teu apelido, minha amiga.

E cá me fico com estes dois versos (principalmente) a aflorar à memória, durante todo o dia: "... da infinitude da mente...
...na musical perenidade da palavra".

Beijo.

Eremit@ disse...

Olá, há uma coisa para ti lá no meu blog.
Fraterno abraço

Guilherme F. disse...

Cheguei a este cais e gostei do que encontrei. As marés tem destas coisas, perdemo-nos e encontramos coisas raras.
Gui
coisasdagaveta.blogs.sapo.pt

O Profeta disse...

Meu Deus, que forma tão sublime de pintar com as palavras...


Doce beijo

Peter disse...

Voltei para ler e reler o teu poema e pergunto a mim mesmo até que ponto ele me inspirou?

Beijo amigo*

Lúcia Laborda disse...

Passei aqui pra desejar um bom fim de semana!
Beijos

Paula Raposo disse...

Adorei este teu 'momentos'!! Muitos beijos.