quarta-feira, abril 08, 2009

Tempestades

























Falemos de tempestade,
de nomenclatura, da gramática,
do facto de facto estudado
e em urdidura consumado,
da discrepante revolta estática
num tempo de propriedade

Do levante ao poente
varrem-se letras, sinais
gravados no útero da mente
que nem o tumulto pára…
E nas tempestades, sem mais,
da árvore erradicam-se ramas

Falemos baixinho dos ais aflitos.
Acomodemos as águas
a advir nos olhos cansados
de dor nas ínfimas entranhas
e, no sufoco do grito,
em convenções divulgado

Com tais raios e troviscos
na linguística fragmentada,
sob espanto nunca visto
pela semiologia alterada
sopra um vento com sorrisos:
- Adapta-te ou ficas parada!


(imagem de Blanca Ruth Casanova)