quarta-feira, outubro 15, 2014

Remoínhos de mar



















Andam cavalos à solta
na torna de cada onda
em remoínhos do ocaso.
Da espuma fazem sombras
e do vento o seu canto

Cada volta um tormento
de crinas onde eu danço
esta tardia esperança
de flores no meu regaço

Indomáveis, atrevidos,
nas tornas em contradança,
não são cavalos perdidos;
soltam palavras de espanto -
ternuras de um sorriso -
e, neste solto vai-vem da vida,
fendem silentes laços

No mar andam cavalos
de crinas soltas ao vento…
desenham sombras, alento
na criança adormecida