
Pela boca do céu corre um poema velho
em amor, sol e espuma do rio é leito;
se nas cerradas janelas em escolhos flutua
moroso nos passos, a palavra desnuda
Pelos caminhos bifurcados o rio se alarga
nas ondulantes areias de um só traço
qual folha muda em lenta desfolhada
no leve poisio de um ponto no espaço
Será talvez um poema no fio das horas
sobre a antiguidade - tecidos de um canto –
onde breves letras expandidas em branco
sob círculos ovalados se desdobram
e no repouso dos joelhos aninhadas
em silêncio pairam, as mãos cantadas
(pintura de Nasrin Afrouz)