sexta-feira, maio 11, 2007
No fio do poema
Pela boca do céu corre um poema velho
em amor, sol e espuma do rio é leito;
se nas cerradas janelas em escolhos flutua
moroso nos passos, a palavra desnuda
Pelos caminhos bifurcados o rio se alarga
nas ondulantes areias de um só traço
qual folha muda em lenta desfolhada
no leve poisio de um ponto no espaço
Será talvez um poema no fio das horas
sobre a antiguidade - tecidos de um canto –
onde breves letras expandidas em branco
sob círculos ovalados se desdobram
e no repouso dos joelhos aninhadas
em silêncio pairam, as mãos cantadas
(pintura de Nasrin Afrouz)
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39 comentários:
Magnífico soneto cara amiga.
Quem me dera tê-lo escrito. Continuas "em forma", melhor que nunca.
Bom fim-de-semana.
Beijos.
Belíssimo poema! Muitos beijos.
deixa o poeta escrever, deixa as palavras aparecerem, tudo para, tudo recomeça ... flutua na imensidão desse rio, que é o espelho da alma de quem sonha
à boca do céu
antes da luz cegar
antes de qualquer passo irrevogável
brancas se expandem
as mãos
*
Temos o prazer de ter o teu blog (ou blogs) nos n/links, julgo que desde o início da série "conversas", por isso é um prazer sempre renovado quando te relemos.
Que lindo soneto, Amita! Já há tão poucas pessoas que saibam escrevê-los... caíram em desuso. Como sabemos, em arte existe uma permanente necessidade de inovar e isso faz com que, de tempos a tempos, e por períodos mais ou menos longos, belas formas de expressão do sentimento artístico andem desaparecidas, escondidas, esquecidas. Com este soneto, consegues trazer-nos a pureza dos antigos, com palavras novas, as tuas, e o velho formato ganha uma outra dimensão e aponta um caminho diferente dos até aqui conhecidos.
Um beijo terno.
Estes velhos poemas que dos céus e rios chegam até ti, são baladas encantadas! Beijinho Amita
"...Pelos caminhos bifurcados o rio se alarga
nas ondulantes areias de um só traço
qual folha muda em lenta desfolhada
no leve poisio de um ponto no espaço[...]"
É sempre um prazer ler-te.
Um abraço especial neste Dia ;))
E há muitos caminhos bifurcados na vida...pensa que se perdeu o brilho...
Lindo como sempre, Amita...
Bom domingo
Beijos e abraços
Marta
Tenho uma (não) surpresa para ti no meu blogue, passa por lá.
Boa semana, beijos.
Belo soneto, com um ritmo redondo e grácil.
Um abraço
Os poemas velhos não precisamos dizê-los... basta olhar nos olhos e o poema fulvo de luz entra-nos na alma!
Um terno BeijO...
Olá Amita
Foste nomeada, passa pelo "conversas".
Peter
nenhum poema teu será velho, porque o que escreves tem propriedades anti rugas ;)
um comentário menor diante daquilo que aqui conseguiste atingir... *
Vaidade
Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!...
oi este seu cantinho e maravilhoso amei os seus poemas ofereco o meu award e deixo o cinvite de que nos venha visitar ta ? optima quinta feira beijokinhas
Querida Amita,
Designei-te para dares continuidade à corrente do "meme". Se aceitares, passa lá por casa.
Um beijo.
"...Será talvez um poema no fio das horas
sobre a antiguidade - tecidos de um canto –
onde breves letras expandidas em branco:::"
Vim ler-te (sabes como adoro a tua Poesia) e deixar-te um abraço e boa semana (já fizeste o bolo?)
Bj ;))
Excelente soneto, Amita. Belo e profundo... E o soneto é a forma poética que mais aprecio.
Beijo
Os teus poemas continuam fascinantes, e a pintura é linda e muito bem escolhida.
Beijinhos com saudades amiga*
Muito lindo Amita!
Beijinho,
Melifluus
a ler o post do meu blog e respectivos comentários...
thanks!
Nilson Barcelli indicou uns blogs. Todos lindos. E esse aqui, tão lindo quanto.
Gostei muito de teu poema, Amita!
Belíssima pintura de
Nasrin Afrouze!
Bjnh amigo**
VIM DEIXAR-TE UM BEIJINHO, SABES PORQUê...
;))
Já vim aqui e dexei comentários, mas não os vejo.
Com o dizer poético, o tempo assume outra dimensão.
Querida Amita,
Entendo o teu desespero perante a inoperância das tecnologias... espero que o problema com o computador se resolva bem depressa.
A tua ausência é muito sentida. Fazes-me falta! (não é plágio... não é, obviamente da falta a que se refere a Inês Pedrosa que me queixo (felizmente!) é porque é mesmo VERDADE).
Um beijo com muito carinho.
Olá Amita,
Vinha à procura de mais e encontrei o esmo soneto, Não perdi a viagem pois com ele me deliciei de novo
Um beijinho e bom fim de semana
Belo soneto!
Sente-se a musicalidade ao ler cada verso!
És da poetisas minhas preferidas...
Beijinhos da
Maria
Preferimos Esquerdalhas ou Faschizoides ?
Bata em Mao!
http://absolutamenteninguem.blogspot.com
Muito bom...
Com a melodia serena por fundo - Será talvez um poema no fio das horas(?)
Execelente. Bjinho
cantam: as mãos que pairam.
:)
Hello, you have a wonderful blog, can you please contact me at linkexchange@edenfantasys.com? I have something to discuss with you
Regards, Chris
(Please can you delete this comment after your decision?)
Ainda não tens o pc arranjado??
Passei para ler-te, saio triste, mas deixo um ABRAÇO ;))
Xiiii não era aquele linke!! De vez em quando aquele aparece não sei porquê!!(já sei.... estive lá no Template!)
Agora parece que fica o meu "oficial"... eheh
Bjs
Passei para ler mais uma poesia...
Como não há novidades....vou reler as anteriores!
Tudo de bom por aí!
Beijinhos da
Maria
"Será talvez um poema no fio das horas sobre a antiguidade"
Talvez seja e talvez tenhas o PC avariado.
Tenho andado cá e lá, sem tempo para visitar os blogs linkados e respectivos titulares, como é óbvio. Irá ser assim até voltarem os dias curtos e escuros.
...mais um excelente poema teu, amiga...já tinha saudades de te ler Amita:)...
Jinhossssss e boa semana
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