
Espalhar do amor o tempo incerto
dos lírios e açucenas nas urzes nascidas no deserto
alinhadas em folhas de linho
e da água omitidas que urge e se bebe
Leve será o sonho, ilusão tardia
percorrendo o tabuado convés do navio
que se lava de tarde e atrasa
a brasa nele contida
entre as folhas orvalhadas da vida
Espalhar o amor na plenitude da aurora
quando o enlace do silêncio não tarda a demora
daquele voar quieto, de celsitude aberta
no transporte do que subsiste
aqui, ali, tão breve e perto
Menina de amor silente e de vela
adormece flamas de vento
em doce espera
(pintura de Lord Frederick Leighton)
Poema in "Transparência de Ser"