
No nicho que me abriga
Me protege e se agita
Pelas agruras do tempo
Caminho e voo ciente
Das misérias deste mundo
Entre ditos e desditos
Protegem-se conveniências
Louva-se a prepotência
De uns outros que despertam
Uma dolorosa sequência
De extensos dias obscuros
Inclementes, informes
Sendo um circo fechado
Protecção de ténue gente
Que pode mas nada sente
Pelos trilhos cruzados
Há sempre alguém que fala
Mais alto e que rasga
Dementes rajadas de vento
Por isso canto o laço, o amor
O terno abraço em riscos
Que a sede de nós reclama
E com afagos teço abrigos
Entre estas brumas, na rama
(imagem recebida por e-mail)