segunda-feira, novembro 25, 2013

 



















Janeiro iniciava o seu percurso de pequenos dias.

Como era seu hábito, quando terminava o trabalho, entrou no carro e seguiu
para o Porto onde vivia. Adorava conduzir, era a sua evasão e o extravasar
das peripécias do dia.
Não dispensava o ritual de dar uma volta pela marginal, para relaxar das horas
passadas entre as quatro paredes do escritório.

Num desses dias, na companhia de uma amiga, foram dar uma volta pela marginal
trocando ideias, projectos e estórias do dia, enquanto se encantavam com o mar
por vezes revolto, outras em calmaria.
O fim da tarde descia rapidamente.
Aproximando-se a hora de ir buscar o irmão ao treino, no lado oposto da cidade,
seguiram para as Antas.
Ao subir a Av. da Boavista dão conta que eram seguidas por um Mini vermelho.
“Já viste? Só nos faltava esta agora! O que vale é que tenho o depósito cheio.”
“São dois e todos sorridentes…”
“Não há meio de se poder passear calmamente nesta cidade! Vou despistá-los.
Não quero confusões.”

Após umas voltas por várias ruas e beneficiando dos semáforos, o carro tinha
desaparecido, pelo que retomaram o trajecto mais descansadas.

Pouco depois, a amiga diz: “O vermelho foi-se, mas agora temos um amarelo
descapotável e um dos fulanos está a fazer muitos gestos. Conheces? Diz que
quer falar contigo.”
“Já é noite e com a iluminação dos candeeiros é difícil,” disse, olhando pelo espelho
retrovisor, “mas parece ser o namorado da Luísa que mora perto de mim. Não lhes
dês importância.”

Continuaram e, numa rua com mais luminosidade, pode verificar o seu erro:
eram dois desconhecidos.

Mais adiante, disse a amiga: “Agora, além do amarelo, reapareceu o vermelho.”
Começou a ficar preocupada porque estavam a chegar ao destino e o seu irmão
não era para brincadeiras.
Sem hesitar, entrou rapidamente para o parque do centro desportivo.
Estacionou entre outros carros, desligou o motor, apagou as luzes, trancou as
portas e ordenou à amiga: “ Baixa-te! Não fales!”

Assim se mantiveram durante alguns minutos, atentas ao mínimo som.
Começam a ouvir o rodar lento de um carro e a sua paragem deixando o motor
a trabalhar.
De súbito, batem ao vidro do carro e uma voz sorridente pergunta:
“Boa noite! Já encontraram o que tanto procuram?”

7 comentários:

Manuel Pintor disse...

Era o irmão!!!

Marta Vinhais disse...

Claro que sim...A paz, o prazer do pôr-do-sol que fala connosco...com a nossa alma....
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

Menina Marota disse...

Claro que não era o irmão. Cá para mim era um apaixonado preso pelo beicinho... eheheh :)

Muito bem descrita a história que me deixa na expectativa de uma continuidade...

Beijinhos

Manuel Pintor disse...

OK.
Não sendo o irmão...
Talvez uma amiga de ambas, sorrindo! :-)

Anónimo disse...

Gostei de ler, querida Amita! Venham mais!
Bji
Manuela

Unknown disse...

Minha amiga e querida conterrânea,boa tarde...
Fico muito feliz por ter noticias tuas e claro fico muito grato por isso.
Sobre a minha saúde de momento vai bem, felizmente!
Perdoa-me mas fico sem me lembrar a qual dos problemas de saúde a que te referes!
Do retorno do Câncer?
ou mais recentemente da colocação de um Cardiodesfibrilhadores Implantáveis (CDI)juntinho ao meu coração para me defender das Arritmias Cardíacas; ou para me salvar da morte súbita...Foi uma pequena cirurgia que durou cerca de uma hora. Mas, amiga minha! Custou-me porque a anestesia local mesmo assim deixou-me sentir tudo e a certa altura mais para o fim o respectivo cirurgião parecia-me que estava a puxar pelo meu coração e eu pensei assim; "Bem Zezinho, se me retiram o meu coração como vais ser futuramente um poeta sem coração?"
Por vezes ainda sinto que tenho algo que não é meu...Ainda fez um mês no dia 24 de Novembro o dia da respectiva implantação...

Conta-me coisas de ti. Como vais amiga? E a nossa terra continua muito bonita!
josetmota@gmail.com

Bjnhs e fica bem...

ZezinhoMota

Unknown disse...

Desculpa não falei sobre esta aventura dos dois amigos...Venha o fim da história porque foi muito interessante...
Bjnhjs ZezinhoMota