Cubro-te de espelhos
de pedrarias
que a hora silente do dia
de ti vê as horas frementes.
Embalo-te na melodia
dos tempos e contra-tempos
que deslizam
e em queda ficam
nos olhos da mente
É um olhar infinito
pelo balanço das horas
num sussurro de memórias
Três andamentos, quatro passos,
em recuos e avanços
somando débitos de um
entre as vagas
entre as fráguas
lugar distante
comum
E parto
no desafio constante
desse azul que se sabia
diligente, estável,
e de ternura brilhante
p’ra mais um dia
por entre as horas silentes
que se previam
dormentes
(pintura de Manccini)
Poema in "Transparência de Ser"