domingo, julho 23, 2006
Vagueares
Para além do horizonte definido
repouso na luminosidade dos traços
Do nada, me torno parte de tudo,
um ponto mínimo,
passageiro olhar do meu canto,
na (in)visibilidade dos laços
Espalho sonoridades mudas,
alienígena das vozes em timbres marcados
por um diapasão de cordas, na batucada dos tempos
da infertilidade (in)consciente
De tantas recordo, na infinitude das horas,
sobre um espelho de águas mornas debruçadas,
no descompasso de rubras palavras
Aqui me torno, transformo e falo:
dos papeis a lápis gravados
incompletos
ante mãos que tudo colhem;
do útero da terra lavrada
onde trigo e joio medram na igualdade da palavra;
da cercadura densa na água límpida e clara;
dos murados sorrisos entre cidades;
e do suspiro…
Para além do horizonte definido
no azul vagueio serena
entre a luz dos pontos mínimos e traços
(imagem de autor desconhecido)
Poema in "Transparência de Ser"
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7 comentários:
Um poema lindo cheio de paz, adorei beijinhos amiga
Vagueaste muito bem.
O teu poema é de construção e interpretação não linear, mas está muito bem escrito.
Gostei de te acompanhar nos teus vagueares.
Beijinhos.
trova
Passatempo, passarinho
Passa tudo devagar,
Passando o tempo, sozinho,
Tempo custando a passar...
...como deve ser tão bom vaguear serenamente entre as luzes dos pontos mínimos e traços...gostei desta conjunção sabias?...algo matemático, algo poético...mas muito bem escrito querida:)...
Jinhosssssssss
Recentemente perdi os meus links do blinkar mas reencontrei-te :)
Gosto muito da tua poesia.
Vou linkar-te de novo.
Beijos, Betty
Gosto das tuas sonoridades mudas.
Beijitos
"...Aqui me torno, transformo e falo:"
E te encontras e descobres nos outros a capacidade de Ser...
Beijo meu ;)
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