terça-feira, outubro 10, 2006

Em Demanda




























Jamais poderia renascer a escrita
afundada e fundeada no denso silêncio de dias

Então quebrou a guerra-fria interiorizada
o ténue fio do pensamento que letras unia
e partiu sem nada, de mãos vazias

Era a fuga, a nudez necessitada,
da tempestade pressentida
de todos os dramas em cascata
dos desencontros em luares de prata
das vidas descalças no paralelismo
dos carris baços sem destino
e dos contos de fadas…

No seu olhar espaçado corriam imagens
rápidas, fulgurantes, sem nexo ou ritmo
do rodar balanceado permitido pela estrada

Por vezes dormitava sobre o vazio
dos pés em marcha apressada
como um rasto seco de lágrima
no sulco longínquo da rocha pelo mar cantada
e na terra do nunca assistida

Encontrou-se em cada estátua,
em cada torre, ponte, muralha,
nos salões de castelos antigos,
no débil brilho da noite em esplanada
onde o sorriso serenamente dançava


(pintura de Cot)


Poema in "Transparência de Ser"

15 comentários:

mnemosyne disse...

A mão, clausura de si e movimento cria uma tela de palavras em que as emoções se amalgam....palavras que são como águas do leito de um rio que nos transportam até ao âmago da alma...belo poema :) Um beijo

Unknown disse...

Lindissimo, como sempre, linda Amita!
Que alegria é poder ler o que escreves... tudo está cheio de amor, ternura, carinho, SENTIMENTOS... os mais preciosos!
Muitos beijos, minha linda!

Unknown disse...

A imagem o poema o conjunto está fascinante . Parabéns. beijinhos

LUA DE LOBOS disse...

peço desculpa de me utilizar do teu blog mas sei que não te vais aborrecer:)

MUITO GRAVE
e porque é de uma gravidade extrema, agradecia que fossem ao

http://indigo-as-princesas.blogspot.com/

e divulgassem o máximo já que, ao que parece, a nível legal, nada funciona e a megera continua impune e à solta!!!


xi
maria

Peter disse...

Amita, confesso que já aqui vim ler o teu poema por mais que uma vez e só hoje consegui encontrar o fio do teu pensamento.
Não é só ler, é também sentir e reflectir.

Fernando

Anónimo disse...

Como costumo dizer:
Maravilhástico!
A imagem, as tuas ternas palavras, a melodia tão doce...
Está o conjunto perfeito.
Beijinhos e bom fim de semana*

Anónimo disse...

Acho que já disse isso aqui, Amita, em todo caso, repito: as tuas imagens são muito vibrantes e arrebatadoras, sempre realçadas por um ritmo inebriante. Muito bonito. Beijos!

Isa e Luis disse...

Olá menina,

Maravilhoso a imagem e o poema fazem uma tela perfeita.

Amei!

Beijinhos muitos

Isa

Manel do Montado disse...

Sublime, melodioso,ameno. Numa palavra, Excelente.
Boa noite

Nilson Barcelli disse...

Belíssimo poema cara amiga. Fiquei deslumbrado (mais uma vez) com as tuas palavras poéticas.
Beijos.

Anónimo disse...

Lindíssimo... Tenho cá aimpressão que até o meu "vagabundo" gostaria
Abr.
António

Anónimo disse...

Quando o pensamento se desliga do fardo (corpo), parte sem rumo sem barreiras e tudo é permitido... renascem, recriam-se os mundos, os lugares tocados com os olhos da mente... e é tão gostoso encostar a cabeça aos débeis brilhos da noite sorrindo serenamente! Linda viagem esta que nos ofereceste Amita. Beijinhos grandes amiga!

Maria Azenha disse...

lindo, bela amiga.
Que sentir como um rio e prata...


bjs,
`***maat

Marta Vinhais disse...

Um dia, todos fazemos esta viagem - está lindo o poema e a gravura ilustra o sentimento que transparece no poema.
Obrigada pela partilha.
Beijos e abraços
Marta

Anónimo disse...

Belíssimo poema!

Deixo beijinho