quarta-feira, agosto 01, 2007
Dois Mundos
Zelamos, com o crescer dos anos,
esse mundo dos segredos,
e da osmose não sabemos
se adormecemos o sono
se o sonho acordamos.
À luz do crepúsculo,
em matizes de fogo e chama,
emergem dedos em melodia aquática -
estranhas danças, leves solfejos,
pinturas silentes, abstractas -
num aroma adocicado sobre a casa.
Observo, admiro e comparo
da chuva, a pluralidade
das formas caindo no campo -
sem hipótese nem escolha -
sentindo da terra a proximidade
Sob a acalmia profunda que se abre,
da tela desvanece-se o chilreio das aves,
a estridulação dos insectos,
do vento o sopro nas gruas da árvore
e, perfeitos, os dois mundos cantam
o centro da água.
Deles não se prevêem espaços.
(pintura de J R Costa)
(em pesquisa Google)
Poema in "Transparência de Ser"
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16 comentários:
mas prevê-se a devoção sincera da tua alma à poesia. um beijinho, querida amiga. com saudade :)
...querida Amita, este teu poema transportou para cá do écran o cheiro da natureza, salpicado com ligeiros toques musicais...amei:)...
Jinhosssssss
Perfeito os dois mundos que cantam, como são perfeitos esses versos. A luz do crepúsculo, em matizes de fogo e chama... Lindo!
Bom fim de semana! Fique com Deus!
Bjs
Transpus oceano e imergi no poema.
E de entre dois mundos... o real e o virtual, as tuas palavras dançam ao sabor do encanto da tua poesia, com que me delicio e saboreio...
Um abraço carinhoso e bom fim de semana ;))
MEU RIO
Chore não
Um rio não morre à toa
Corre na terra e não voa
Rio não é avião
É só um leito assentado
Eternamente pousado
Entre as agruras do chão
O rio é um berço da infância
Onde se banha a lembrança
Do nosso corpo molhado
O rio é uma estrada d’água
Onde lavamos a mágoa
De um sonho não consumado
Falo do meu próprio rio
Rio que já faz tempo
Vai morrendo pouco a pouco
Vai pouco a pouco morrendo
Falo só desse rio
Que deságua no meu peito
Cheio de peixes graúdos
E de meninos pequenos
Falo de um rio bonito
Que existiu noutro tempo
E hoje persiste mito
Pela poesia que invento.
Um beijo
Naeno
Que beleza - leve, fresco omo a água...recordações em nada abstractas, mas muito reais...
Lindo, Amita como sempre..............
Até já
Beijos e abraços
Marta
Passando pra desejar uma semana maravilhosa! Fique com Deus!
Bjs
Admiro, como sempre admirei, a maturidade da tua poesia.
Uma música suave acompanha a beleza do poema.
Pois é, amiga, o mundo tem seus segredos e seus mistérios. De onde podem se desvendar possíveis 'dois mundos' com suas inquietudes e incertezas.
O mar tava bravio, mas consegui atravessá-lo para me conter junto às suas palavras.
Um beijo mundial...
Dois mundos que encantam nesse poema de beleza incontestável.
Beijos de Sol e de Lua.
Encontrei os teus blogs por mero acaso e fiquei fã (mais um), os teus poemas são simplesmente irresistíveis.
Passando pra deixar beijinhos.
Bom fim de semana!
Começar um final de semana lendo palavras lindas assim, só pode ser sinal de bom presságio.
Maravilhosas palavras.
Desculpe, a porta estava um tantinho aberta, não resisti, fui logo entrando.
Adorei tua casa.
Fica com Deus.
Abraço.
Somos feitos de água. Por isso...
Bom fim de semana.
Bela poesia, como sempre.
Bom fim-de-semana.
Beijinhos.
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