sábado, fevereiro 27, 2010
Belíssimo! Talvez muitos considerem um superlativo vulgar
quando se fala de poesia, mas a suave transparência das palavras,
o seu dedilhar como renda delicada, o encantamento que nos
envolve leva-nos a uma incansável e contínua leitura.
Assim é o meu sentir do recente livro da Maria Azenha intitulado
“de amor ardem os bosques” de onde retirei o poema:
Não sabes, leitor, como estou rodeada de silêncio
há uma ave onde este texto se apoia.
fecho os olhos, e o poema traz para este lugar
o búzio dos cofres
escrevo em filigranas de ar
secretas harpas de sombras
onde as primeiras letras ousam pousar.
durante anos treinei o lúmen do coração
em cântaros de sol subindo os primeiros degraus
depois habituei-me à confidência das aves
pousada na inteligência dos bosques
movidos a vento e água,
acácias entre mãos
por último a ciência da respiração
no sumo das auroras
Grata, Maria Azenha, pela partilha de belos momentos de leitura
nesta sua dádiva de amor nas palavras.
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2 comentários:
Concordo contigo....um poema simples e tão rico como uma filigrana....
Até já
Beijos e abraços
Marta
há poemas que efectivamente pousam na inteligência... e na emoção :) um grande beijinho.
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