
Espalham-se como planos
Em lisos, programados dias
Sob indigentes funções de cansaços
Planam… e da Graça traçam
Dizeres que a escrita contempla
Em suaves voos pelo espaço
E fala-se de Amor intenso
Camuflado
Inchado no corpo imenso
Do poema que se expande
Na numerologia aberta
Indiscreta
Em desafios de um tempo
Inacabado
Do Amor se fende a Verdade
Inaceitável, crua
Quando no dorso do poema
Crescem árvores nuas
Em lava e neve cumeadas
E se verga
A menina que o trigo apanha
Indiferente ao rolo elaborado
Sobre o seu mundo de nada
E o sorriso desperta
Leve, tímido, pelo alerta
Da serena amizade
Olvidado num canto
Surdo, mudo
Em sépia tela
(pintura de Graça Morais)
In "Transparência de Ser"