domingo, julho 11, 2010
Chão de meninos
Abriu-se um rio de fogo
Naquele chão de meninos
Ancorados num navio
Previsto porto de abrigo
Erravam suas formas singelas
Em sonoridades coloridas
Tão rubras, tão amarelas
Palco das peças da vida
Vaguearam em descobertas
Cada canto, cada estigma
Efémeras lápides, esquinas
Sob a cruz de ufanas velas
Que o tempo deu guarida
E de sombras se vestia
Num leve sopro de vento
Em fel se abriram as águas.
Inomináveis descobertas,
Vis portentos resguardados,
Surgiram com turvas máscaras
E os meninos gritaram:
Mais não quero! Basta!
(pintura de Georges Seurat)
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7 comentários:
O mundo nem sempre gira para onde queremos...
Nem todos temos coragem de gritar "Basta"...
Como sempre, uma maravilha de poema e a pintura deslumbrante...
Adorei...
Beijos e abraços
Marta
a presença das crianças anula qualquer tentativa de maldade. um grande beijinho, amita.
Amita querida, os vis portentos são quase sempre pessoas intocáveis pela lei. Os meninos esses crescem com as marcas no espírito e...quem acredita numa criança criada num abrigo que deveria ser um lar com telhado de sentimentos nobres? Quem sabe um dia, o mesmo chão não será o chão dos filhos dos vis portentos? A vida é cíclica e cá se fazem... Excelente poema. Penso ter compreendido o seu sentido. Magnífico. Mil bjitos com mil flores e obrigada pela tua sensibilidade em homenagear os mais vulneráveis.
Olá
Agradeço as tuas visitas ao Sonhos e os teus simpaticos comentarios .
Lamento o que está a acontecer com o teu cão e desejo de todo o coração que Deus o ajude e ampare . Tudo de bom . Beijo com carinho
http://sonhos-secretos.blogs.sapo.pt
Tão actual o tema que produziu este belo poema!!! Pobres crianças tombadas no chão de meninos!
tão pouco meninos ,mas tão grandes
.
um beijo cansado
( com vontade de férias )
Feliz escolhas nas poesias que aqui publicas.
Para bem de quem te visita.
O meu carinho e a minha amizade para ti conterrânea.
Bjnhs
ZezinhoMota
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