sob as brumas de um recente passado
no marasmo intenso dos dias
De súbito, das letras me apaguei
e ainda hoje não sei
das palavras fugidias
Durante a noite dos dias
em véus adormecida
portas, janelas fechei
aos tempos idos:
minha mãe, sorrindo, as abria;
meu pai, um poema inacabado
em meu peito escrevia
com flor de sal e água
que o silêncio afagava
qual doce canção de outrora
nos caracóis de menina
Assim permaneci tempos infindos
sem hora nem data de despertar o arco-íris
amar a dança em mim intensa
sob brandos sons emitidos
da aveludada flor em rosa aberta
com ternura e sorrisos
(pintura de Chen Yang-chun)
9 comentários:
E uma melancolia doce, chega até mim...
que bom voltar a ler-te amita... saudades*
Uma delicia de poema. Melancolicamente belo, nas janelas da tua vida.Aplauso merecido. Beijinhos e uma flor, querida amiga linda Amita.
"Je suis... noir"
Grata pela visita e pelas palavras.
"Alice"
O meu sincero agradecimento pelas palavras e .... saudades.
"A imagem se queda imóvel para lá do espelho
sob a inquietude, o cheiro do grito, na nudez das sombras e das ruínas."
Desculpe, não entendi!:)
ps: não tem de quê! O prazer em vir cá é meu.
Que haja sempre ternura e sorrisos...
Que o silêncio seja sempre essa memória feliz, no despertar suave que é o arco-íris...
Lindo, Amita....
Beijos e abraços
Marta
e tudo, e tudo,
num dizer de poema
numa aragem, na vida
no despertar das emoções
poeta eu sou
naqueles dias
onde me sobram palavras
para te dizer
num sorriso
num abraço
num beijo
quem sou eu
em beijos e abraços
me consome
ela
como se fosse
ilusão de ser quem era.
Escrevi algures que... Ser poeta é tratar as letras com a carícia de um beijo. É unir as palavras com a perfeição de um pôr do sol.
Ser poeta é ser mar, espuma, areia e dançar ao som das ondas. É amar o amor e espalhá-lo no arco-íris da esperança.
E tu sentes tudo isto! És poeta!
Beijo
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