quinta-feira, janeiro 29, 2009

O 9º defeito genético























Chamaram-lhe anormal,
escaganifobético, demente.
Mal eles sabiam
de Friedreich, a ataxia,
fardo que se carrega e se sente

Foi num querer singular,
supremo,
uma fábula à deriva,
um desejo profundo,
autêntico,
para aquele renascer dando vida,
fruto de paixão, um novo começo,
límpido,
num salsifré em hora tardia

Nada nem ninguém previa
o nono cromossoma doente
e que, aquele fardo pesado, dolente,
transporte de alegria e sofrimento,
mais tarde seria,
num qualquer tempo diferente,
a solidariedade de tanta gente
sob ternos sorrisos,
carinho e amor intensos


(participaçao do jogo daqui )


8 comentários:

Marta Vinhais disse...

Mas há sempre um começo e poderá ser sempre uma vida feliz...
Num mundo próprio....mas que seja feliz...
Lindo...
Beijos e abraços
marta

Paula Raposo disse...

Já te tinha lido no Eremitério e gosto do teu poema. Muitos beijos.

Ana disse...

Seus poemas me deixam abismada, eh tao intenso =)
São lindos.. parabens
bjss

Peter disse...

Confesso que nada percebi. Passei por aqui, coisa que já não fazia há bastante tempo.
A situação que atravessamos, com um não-futuro à nossa frente, não é de molde a escrever nos blogues. Acabamos sempre por abordar os problemas que nos afligem e mesmo assim com a maior das cautelas, porque sim...

Nilson Barcelli disse...

Poema difícil...
Beijo.

Anónimo disse...

"nada nem ninguém previa" que uma abordagem assim feita a uma doença pudesse ser poesia :) um beijinho.

vieira calado disse...

Coisas de cromossomas...


ou melhor

cromossomos


ou melhor ainda

somos uns cromos!

(um bocadinho dum poema meu)

Cum primentos daqui.

PoesiaMGD disse...

Gostei de sua escrita e deixo um convite:

http://www.escritartes.com/forum/index.php?referre

Abraço