Saiu! Seu passo certo, programado,
sem pressa na aparência.
De olhar distante, vendo sem nada ver
os pequenos grandes nadas que a rodeiam
Segue trajectos calculados, meditados
minutos antes delineados
De cadência suave, altiva de nada,
cabelos ao vento, tez natural,
na sua simplicidade muito própria.
Ninguém encontra, ninguém vê.
Traída pelo olhar sereno, expressivo
de curiosidades, de procuras,
as gentes olham, seguem, se reviram
quando ela passa distraída
Os passarinhos, os melros, as rolas bravas
com seus cantares e chilreios
esvoaçam perto dizendo "Bom dia"
E ela, ao vê-los, sorri
pensando "Natureza maravilhosa!"
Sem nada procurar nem esperar
da vida, certa da rota a seguir,
caminha como se em sonhos navegasse
Interioridades musicais, coloridas
de marulhentos mares, brisas
e luares estrelados, pacificantes,
perseguem seus gestos e postura.
Que esperar da vida se a vida a espera?!
E lá vai ela, que tudo e nada vê,
cadenciada pelo seu mundo.
quarta-feira, outubro 13, 2004
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2 comentários:
Que confiança, que certeza, que leveza perante a vida nesse caminhar! Belo poema, amita! Beijinhos
Belo poema, miga.
Bjs
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