
Suspensa numa árvore respira uma casa
pequenina insignificante indistinta tosca.
Aos olhos calados é uma casa lisa.
Da ranhura do telhado uma pena é vergada.
O peso da sombra das horas seus filamentos
espalha sobre o mato verde em escada.
Em surdina esboça uma cantiga de Maio
tímida.
Sobre as gotas de orvalho que a noite pende
deslizam pétalas de algodão doce em notas azuis
soltas pelo calor da manhã.
É uma casa singela navegando no silêncio
dos longos segredos enlaçados pelo mar.
O sonho encheu o dia de aromas
e iluminou de sorrisos ternos
um sereno despertar.