terça-feira, setembro 28, 2004

O Catavento

Gira, gira o catavento
Não sabe onde vai parar.

Tudo foi precoce na vivência passada
A sua concha, o seu intenso mundo interior
Sonhos vividos na sua plenitude. Em sonho...
A calma, o saber ouvir, a sua existência diária

Gira, gira o catavento
Não sabe onde vai parar

Sorriso bom, alegria moderada, franca
Pronta para ajudar, sugerindo
Leitora fácil, ávida de conhecimento
A música vivia no seu interior
Seu Templo, sua Igreja, sozinha
Lugar de reforço da paz sentida
Memórias belas de momentos suaves

Gira, gira o catavento
Não sei onde vai parar

Tempos de produzir, cedo chegaram
Recordações com luz, com alegria
O querer saber mais, a valorização pessoal
Num repente tudo voa, tudo muda
Encontros, desencontros, ilusões desfeitas
Gastas, incontornáveis, inexplicáveis
Restou o seu refúgio interior, intocável

Gira, gira o catavento
Não sei onde vai parar

Anos a fio mirou o reverso do espelho
Mas... o trabalho fora protela acções
Olvida, ultrapassa... e os meninos?...
Doçura dos seus olhos, encantos de si...
Até que um dia... Há sempre um dia!
Na monotomia diária do isolamento votado
Viu para além do espelho... Acordou!
Acordou de e para si mesma
Analisou, meditou, ponderou e agiu
A reviravolta deu-se. Tarde, muito tarde!...

E o catavento gira, gira
Onde irá ele parar?
Será Norte? Será Sul?
A tempestade vai passar
O vento vai amainar
Os sonhos, a esperança, o sorriso, a paz
Vão voltar!


4 comentários:

Amita disse...

Rectifico: "monotonia"

inconformada disse...

Hummmm... catavento ? Não me parece... :-) Beijo

lique disse...

Um percurso de vida e uma reviravolta que, acredita, nunca é tarde. O catavento acabará por parar e o vento vai acalmar. Beijinhos

mauro_mars disse...

Como já comentei no outro blog aqui apenas te venho deixar um beijão grande. ;)