segunda-feira, maio 29, 2006
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Num contexto
Leve….ligeiro…
Desliza a letra
Musicalidades
Estendo os braços
Estico a palavra
Entre cordas e traços
Que espremo
Da uva o mosto
Retiro
Na água-ardente
Da mensagem
Mergulho serena
Nas barras
De código branco
Da minha água
sábado, maio 27, 2006
Nestas mãos
No seio destas mãos que vês
Se abrem cânticos de luz
Nas singelas pequenas asas
Da borboleta delicada
Que ao silêncio conduz.
Serenamente
Enlaça o canto a Graça
No viajante solitário
Que de braços pendentes
Fatigado
Passa
E nestas mãos
Se move e
Abraça
(imagem de Ian Chang)
terça-feira, maio 23, 2006
Silêncio
Coroai-me de rosas
Coroai-me em verdade
De rosas -
Rosas que se apagam
Em fronte a apagar-se
Tão cedo!
Coroai-me de rosas
E de folhas breves.
E basta.
(Ode de Ricardo Reis)
A ti, Fernando Bizarro
que tão cedo nos deixaste
o meu silêncio...
de Amizade imensa
nos laços de Fraternidade
criados.
Te ofereço rosas
de lágrimas.
Até Sempre
A Todos os que este grande Amigo desinteressadamente
juntou, o meu grande abraço solidário.
domingo, maio 21, 2006
Asas Lentas
Te vejo me vês entre insónias e afins
Te quedas na noite desperta
Me deito na dor de mim
Me prometo te prometes esquecer
Me encubro na descoberta
Te cobres desse viver
Teus passos meus passos são leves
Nessa areia que pisamos do deserto
Em profundas marcas... breves
Me remetes te remeto ao silêncio
Das letras móveis... paradas
Que contemplo e contemplas
No deslizar suave das águas
Encobertas pelo Tempo
Que o Tudo de Nada
Enlaça
Lentos são os movimentos
Das asas….
(pintura de Cruzeiro Seixas)
quarta-feira, maio 17, 2006
Dizem...
Dizem
Que este coração é um velho pássaro
Esgotado no desdobrar a palavra do Ocaso
Dizem
Da sua procura incessante
Do indefinido limite entre céu e mar
Dizem
Do seu caminho aspergindo flores
Que a ternura abraça
E dos sorrisos que em favos de mel
Aninham brilhos claros
Mas quando
A aurora desponta e em seus braços o enlaça
Enche-se de sinos, de cantos
E renasce
Na acalmia da voz que lhe fala
segunda-feira, maio 15, 2006
Flores na neblina
Nas pérolas de prata que a lua espalha
Vagueio pelo infinito das cores
Das flores inclinadas descem orvalhos
Em cerejas transformados
Entre a neblina das dores
Que assisto e não alcanço
Por mais que me soe o canto
Neste coração de antanho
Uma menina dança em verdes prados
Que o sol aquece e ilumina
E entre as letras miudinhas
Paira o silêncio
Dos sorrisos doces
E ternos laços
domingo, maio 07, 2006
A Mata
Atravessei o rio
Cruzei a estrada
E a mata que à minha frente se abria
Vertia lágrimas de prata
Na neblina que dançava
Entre as árvores altas e finas
Adormeci no silêncio da mata
Mínima
Cansada
sexta-feira, maio 05, 2006
Leve...
Leves são as letras que dançam
Na margem de cada vaga
Como pássaros luzindo ao fogo
Sereno
Nas gotas das suas asas
Leve é o sal que purifica
O fruto
Nos passos de música das águas
Como leve é o encantamento
Do barco seguindo a palavra
No pó de areia levita
E com ternura
O azul
Espalha
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