quarta-feira, outubro 24, 2007
Bamboo
Impulsivas, envolventes, activas
São as palavras escondidas
No barulho líquido da memória
Palavras que pintam casos
Casos excertos de acasos
Cantigas, bailados, histórias
Repercutem por todo o lado
No branco por dentro sentido
Erosão ténue de um passado
Do tempo sem tempo onde habito
Ao longe, o fundo anilado
Me afaga e me acalma
Nos voos de contos contados -
Menina ainda criança -
Refúgio eterno de braços
Esbatidos na distância
E nos bambus coloridos
Cada nó define um traço
Das letras rebeldes, unidas
Pela força que caminha
Na memória líquida dos laços
Carinho de cor que embalo
Impulsivas, envolventes, activas
Na tela em silêncio deslizam
Sob o pincel de meus passos
(pintura de Jane Yechieli)
domingo, outubro 14, 2007
Setembro
Intoxicados são o tempo e a vontade
sob o ar rarefeito dos aromas mortos
em branco adejado no que urge e faz demora
qual contrapeso no degrau compacto das horas
O silêncio esvaziado das vozes em mim cantadas
suave e lentamente dia fora
acarretam saudades dos trinados
em suspensa melodia aquosa
Assim se fez o Setembro da casa em obras
Mas quando as portas da noite se abrem
renasce em malhas de lã a vida
multiplicando mimosas flores nos dedos
onde apenas o amor dá sentido
no profundo sonho infinito
da árvore, do sol – terno aconchego –
etéreo jardim que me abriga
(pintura de Ana Vieira)
Poema in "Transparência se Ser"
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