terça-feira, agosto 12, 2008

A semente






















Dizes-me que tudo é passado
e que as letras a teu lado
são meras curiosidades planas…
quando vejo a utopia incauta
te perseguir como lâminas,
fulgentes,
qual memória do vento na rama
indizente e, pela calada da noite,
a toda a hora brada e clama

Esse sentir de esperança e mágoa
omitido no vazio de horas cantadas
em desafio
de outras vozes no espaço,
restrito, alargado,
sob um silêncio
mais das vezes camuflado

Assim se restolha a semente
em poisio após a lavra
e, após um tempo ausente,
seus membros espalha,
lentos, ao sopro do vento,
numa terna canção de letras
no deserto ramificadas

Escuta! Ouve,
da rama o canto, a chama, e
na semente o sopro da calma.


(imagem Google)

sábado, agosto 02, 2008

Em tempo de espera




















Falamos de um terno amor,
de todo um tempo em espera,
num variável movimento
de olhos cansados

Um país imaginário nos tornamos,
na vertical postura das palavras,
convencionadas, planas,
dotadas ao ostracismo do luar

Sobre a moldura dos nefelibatas
corre lesta a noite rubra
num intocável inferno de asas

E dessa conversa muda
tanto de nós se afunda
do casulo a inundar
no gestual vapor do olhar


(minha participação para o jogo daqui )

Imagem Google