domingo, agosto 14, 2022

Na voragem do tempo

Sou a flor ou cardo do deserto

num espaço de tempo incerto.

Flor temporária exposta ao vento, 

cardo alimentando cada momento 

sob a vivência corrida

que omite ou esquece a própria vida.


Sou o átomo esquecido,

o dito, o não dito, 

pela brisa que enlaça 

e traça, 

inconsciente,

por tanto clamor obtuso,

antigo e duro,

manietando palavras.


Assim os dias vão passando,

revolteando na mente adormecida

as palavras do teu dia

que não foram ditas.


Parabéns e que o Novo Ano te sorria sempre

(ao meu genro)