domingo, março 12, 2006

Momento














Sem dor angústia
Ou mágoa
Me fiz à estrada
Da vida
O vento sibilava espirais
No cabelo desalinhado
E se espantava
Furioso
Incontrolado
Pela calma que sentia

Aterrei em mansas águas
Onde planava o sorriso
Translúcido
Constante
Nesse branco que se via

Pela minha janela aberta
Espreita a constância
Em suaves brisas
Do caminho

Sou ave serena
Navio



(pintura de Dali)

3 comentários:

Anónimo disse...

Palavras que lapidas de uma forma serena...belíssimo poema pela essência nele contida. Um beijo enorme e votos de uma boa semana

Jorge Moreira disse...

Muito belo e profundo.
Parabéns pelo Blog

Raquel Vasconcelos disse...

Uma imensa calma murmura... uma aceitação do eu...

Um beijo grande desta que nem sempre por aqui passeia... mas quando passa e lê, gosta do que sente. :)