quarta-feira, janeiro 11, 2012

Deambulações primeiras


(imagem de Edward Robert Hughes)


Sobrepostas as linhas primeiras dos traços
no arrojo inocente dos planos rectos
por onde caminhávamos sozinhos -
eu aqui, tu desse lado –
prisioneiros do vale dos sonhos
em palavras projectados
no centro atmosférico da sala

Dançávamos-lhes as sombras,
escutando pela meta noite os passos,
como se gente fosse
ou entes em deambulações abstractas
quando mais não eram
do tom, a leve mudança,
a imperceptível molécula
que se abre e se dispersa
no rebordo de uma folha gotejante

Amar assim, sobre o verde atapetado,
debruçando-nos em pontos lisos, entre planos,
e com o silêncio na linguagem
partir… acompanhados,
é um tudo sentir, num quase nada


(in "Transparência de Ser")

16 comentários:

Anónimo disse...

Sim, tudo se pode sentir com um pequeno nada! Maravilha de poema!

Eremit@ disse...

"um ponto no espaço" que, em si, concentra um rico e belo microcosmos.
Bom feriado

Unknown disse...

Ouvir esta linda melodia, enquanto leio teu bonit poema é estar perante a vida num momento de completo êxtase.

Que fiques com a felicidade a teu lado.

Bjnhs

ZezinhoMota

Menina Marota disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Menina Marota disse...

"Amar assim, sobre o verde atapetado,
debruçando-nos em pontos lisos, entre planos,
e com o silêncio na linguagem
partir… acompanhados,
é um tudo sentir, num quase nada"



e no nada se pode transformar tudo...


Um poema cheio de significados e de um quadro poético fabuloso!

Beijinhos e tudo de BOM para ti ;))

Lúcia Laborda disse...

Que lindo! Amar assim... é sonhar com um mundo só nosso.
Fique com Deus! Beijos

Anónimo disse...

Excelente este Deambulações... é uma maravilha quando a mente e imaginação se solta, e as imagens formanm-se e disformam-se no olhar abstracto, e todos os cenários são possíveis, são palpáveis... são os jogos dos átomos,as moléculas em brincadeiras que tudo constroem! Beijinho grande Amita!
(neste endereço novo também deixo a mente à solta).

Estrela do mar disse...

ღღ Passei ღღ   *.*´¨) ღღ
   ღღ ¸..´para desejar¸..*´¨)*´¨)
  ¸.•´¸.•*´¨)um ღ ¸.•*¨)
  (¸.•´ ღღ (¸.•` ღღ Bom fim de Semana* ღღ
       ¸.•*¨)             
    (¸.•´ ღ (¸.•*´¨¨*Beijinhos*´¨¨*•.¸ღ .•*¨)
                     

Marta Vinhais disse...

Tudo sentir com amor, com paz...em sonhos num caminho verdejante...
Lindo, Amita - tão lindo........
Adorei...
Beijos e abraços
Marta

Sahmany - Sandra Mara disse...

Palavras...
Elas é que são eternidade!
Abraço, fica com Deus.

Paula Raposo disse...

Tão bonito este poema! Gostei imenso, Amita. Beijos.

António disse...

Olá, amiga Amita!
Continuas a produzir poemas, pelo que me é dado verificar.
É o bichinho...

Beijinhos

Peter disse...

É um poema ao "meu jeito", com um final estupendo!

Lúcia Laborda disse...

Assim é a linguagem do amor; tudo sentir, num quase nada... Perfeito!
Que sua semana seja de grandes realizações! Fique com Deus! Beijos

Joaquim Amândio Santos disse...

por cada proibição uma forte mordedura.
contundente. sempre.

Anónimo disse...

se virmos bem, na vida é quase tudo num: «(...)quase nada»
Bem hajas.
Fraterno abraço