domingo, maio 30, 2010

Cogitação
















No nicho que me abriga
Me protege e se agita
Pelas agruras do tempo
Caminho e voo ciente
Das misérias deste mundo

Entre ditos e desditos
Protegem-se conveniências
Louva-se a prepotência
De uns outros que despertam
Uma dolorosa sequência
De extensos dias obscuros
Inclementes, informes

Sendo um circo fechado
Protecção de ténue gente
Que pode mas nada sente
Pelos trilhos cruzados
Há sempre alguém que fala
Mais alto e que rasga
Dementes rajadas de vento

Por isso canto o laço, o amor
O terno abraço em riscos
Que a sede de nós reclama
E com afagos teço abrigos
Entre estas brumas, na rama


(imagem recebida por e-mail)

5 comentários:

Marta Vinhais disse...

O Amor que fala sempre mais alto que o Vento...
Lindo...terno...suave....
Gostei imenso...
Beijos e abraços
Marta

Gabriela Rocha Martins disse...

no resguardo de um silêncio onde o amor se des tece ,restrinjo a palavra a




.
um beijo

tecas disse...

Delícia de poema querida Amita, poeta de elite:) Cantar o amor suave, terno e calmo como tu... Cito:"Por isso canto o laço, o amor
O terno abraço em riscos
Que a sede de nós reclama"
Lindo, lindo e perfeito.
Um beijo e muitas flores

Luisa disse...

O amor em oposição aos que vivem nos seus circulos fechados.

Manoel Carlos disse...

Ainda bem que há os que sentem e podem mais do que os que podem e espalham poesia ao vento.
Manoel Carlos