sexta-feira, novembro 19, 2004

A Voz do Pássaro Errante

Longe veio do nada existente
Caminhando entre núvens escaldantes
Jorrando labaredas de gelo
Derretido
Convencido
O caminhante
Envolto em musicalidades falantes
A voz do pássaro errante

Abrindo portas dos céus
Frinchas luminosidades pálidas
Espreitava
E nadava
Em rios secos curso constante
Coberto de densos véus
Desnudado ser em sonho belo
Vozear de pássaro errante

Olhar atentamente disperso
Perdido no vento forte e brando
Nos areais da mente
Não sente
Desmente
Realidade nua crua seu canto
Passo vacilante e certo
Coloridos flocos de ar deslizante

Na voz do pássaro errante…

2 comentários:

A.S. disse...

Já alguém te disse que tens a benção dos Poetas?...
Os temas, as palavras, a rima, a musicalidade... tudo se constrói com leveza e ritmo e emoção... Rendo-me ao teu talento! É para mim um enorme prazer ler-te.

Um beijo

lique disse...

Belíssimo poema, amiga! Perfeito na forma, nas imagens, no ritmo das palavras, Gostei muito. Beijinhos